Uberaba começa a sediar a partir desta sexta-feira (20), um curso docente em educação para relações étnicos-raciais. O assunto foi abordado no Plenário da Câmara por iniciativa do vereador Antônio Ronaldo Amâncio (PTB), que convidou a coordenadora de Políticas de Igualdade Racial da Fundação Cultural de Uberaba, Carmem Dionilia Amâncio de Souza, e a chefe de seção da Formação Continuada da Casa do Educador (ligada à Secretaria Municipal de Educação), Maria Abadia Vieira da Cruz.
Carmem contou que assumiu a coordenadoria em dezembro de 2017, com o objetivo de trabalhar com as comunidades negra, indígena, cigana e quilombola. Em Uberaba 54 % da população é considerada negra.
Segundo a coordenadora, o trabalho foi montado dentro de um planejamento estratégico, incluindo a Lei Federal 10639/2003, que trabalha com as questões étnicos-raciais da história da África dentro das escolas.
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Carmem explicou que a Secretaria Municipal de Educação já vinha inserindo o tema entre os professores nas escolas, sendo que a partir de dezembro do ano passado, através de uma parceria com a UFTM e com a UFU, começaram a implantar o ensino nas salas de aula.
Através deste trabalho, a equipe foi até a UFU, onde descobriram um trabalho desenvolvido no Triângulo Mineiro, mais especificamente nas cidades de Paracatu, Patos de Minas, Uberlândia e Araguari, sendo que agora Uberaba foi inserida no circuito.
De acordo com Carmem, a aula inaugural vai acontecer a partir das 8 horas desta sexta-feira, na Casa do Educador. Já o lançamento, acontece na sede do Sindicato Rural, que fica situada ao lado.
O curso é dividido em oito módulos, começa em maio e termina em dezembro, com a preparação de professores e gestores, os quais depois vão repassar tudo para as salas de aula.
Segundo Maria Abadia, assim que a secretária de Educação, Silvana Elias assumiu o cargo em 2013, ela fez um histórico na questão das diversidades na rede municipal, entendendo que poderiam implementar a Lei Municipal 10.639/2003.
Com isso, foi criado na Casa do Educador um curso direcionado para os professores. De acordo com a chefe de seção, a adesão foi maciça, porém não houve aplicabilidade dentro das salas de aula. Maria Abadia contou que no ano passado foi realizada a 4ª Conferência Municipal de Promoção da Igualdade Racial.
Na ocasião o Conselho Municipal Promoção da Igualdade Racial, juntamente com a comunidade negra, levantaram a necessidade de criar um curso com a temática, que começou a ser viabilizado através da parceria com a UFU ainda no final do ano de 2017.
A representante da Secretaria de Educação contou que no início deste ano foi acertado que Uberaba seria um pólo para a realização destes cursos, que vão acontecer uma vez por mês, além de uma carga horária à distância, com um total de 180 horas. “Neste aperfeiçoamento, nós pretendemos conseguir efetivar um plano de intervenção nas escolas parceiras ao curso”, explicou Maria Abadia.
Segundo ela, foram convidadas as escolas municipais, estaduais e particulares, sendo que conseguiram inscrições de 50 professores da rede pública. “A partir da aula inaugural, serão levantadas propostas para o plano de intervenção das questões étnicos-raciais dentro das escolas”, acrescentou.
Ainda de acordo com Maria Abadia, o racismo é velado e ocorre a todo instante. “É preciso romper isto, e para que aconteça, é preciso ter professores capazes, levando um novo olhar para a sala de aula”, concluiu a representante da Educação.
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