Safra de trigo em Uberaba deve crescer 33%

A área plantada de trigo no município de Uberaba deve chegar, na atual safra, a 8 mil hectares. A estimativa é do Conselho de Safra, que tem reunião agendada para a próxima semana.

Uma prova de que a área de trigo, variedade cerrado, aumentou no Município, pode ser observada, por exemplo, na lavoura do produtor João Ângelo Guidi. Com terras na região do Chapadão, em 2021 ele plantou 350 hectares do grão. Agora em 2022, o produtor ampliou para 460 hectares. Do total, 160 são de lavouras de trigo irrigado e 300 hectares do sequeiro.

Segundo João Guidi, o acréscimo se deu mesmo no cultivo do sequeiro. “Praticamente, eu e meus filhos dobramos a área plantada do trigo sequeiro, que pulou de 170 para 300 hectares neste ano. As chuvas vieram a contento e a lavoura está vistosa”, disse. O produtor está confiante de que a produtividade da atual safra será bem melhor do que a obtida em 2021.

No geral, a expectativa dos integrantes do Conselho de Safra, como Emater e Secretaria do Agronegócio, é de que a área plantada suba de 6 mil hectares, no ano passado, para 8 mil hectares em 2022. Um aumento acima de 33%. Do total, 6 mil são de trigo sequeiro e 2 mil do irrigado.

De acordo com o extensionista da Emater, Petrônio Silva, os dados, em fase final de apuração, serão apresentados em reunião do Conselho de Safra agendada para a próxima quarta-feira, dia 15 de junho, às 10h, na Secretaria do Agronegócio. “Na oportunidade serão debatidos e informados também os números da safrinha no Município, sobretudo, no tocante às lavouras de milho e sorgo.”

O secretário do Agronegócio, Agnaldo Silva, comemorou o avanço do trigo na região e apontou como grande responsável o Núcleo Avançado da Embrapa Trigo Tropical, criado anos atrás no Município e que tem à frente o pesquisador Vanoli Fronza. “Foram eles que introduziram sementes resistentes ao clima quente do cerrado. E a gente fica ainda mais feliz em saber que pesquisas com novas linhagens de trigo sequeiro estão adiantadas e com ótimos resultados no combate à brusone (principal praga que ataca o trigo)”, disse. Agnaldo está otimista também no quesito qualidade do grão produzido no nosso cerrado.