Exercícios físicos praticados regularmente e com orientação no combate a ansiedade, obesidade, hipertensão e no controle hormonal
A alimentação, atividade física e o estilo de vida podem interferir na saúde da mulher e na melhora dos sintomas relacionados ao climatério, período em que ocorre a menopausa. Esse conjunto de atitudes também contribui para diminuição dos fatores de risco para doenças. A análise é da médica nutróloga de Uberaba, Mariana Argente Caetano, que é especialista pela Santa Casa de São Paulo, e possui título de especialista em nutrologia pela Associação Médica Brasileira, Associação Brasileira de Nutrologia e Conselho Federal de Medicina (AMB/Abrahan/CFM). Ela diz ser importante ressaltar o papel dos exercícios físicos praticados regularmente e com orientação no combate a ansiedade, obesidade, hipertensão e no controle hormonal resultando em proteção da doença coronariana e da osteoporose por promover o aumento da massa óssea, principalmente quando associado com níveis adequados de vitamina D.
A dieta hipercalórica, rica em gordura saturada, industrializados e sal; o consumo de bebidas alcoólicas; o sedentarismo e o tabagismo, de acordo com a médica, estão entre os principais fatores do estilo de vida relacionados ao risco para a saúde da mulher devendo, portanto, ser evitados.
Mariana esclarece que o climatério representa a transição da vida reprodutiva para a não reprodutiva na mulher. Dentro deste período de tempo ocorre a menopausa. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a menopausa é definida por 12 meses consecutivos a última menstruação, sem outra causa patológica associada.
Os sintomas que podem estar presentes na síndrome climatérica são: ondas de calor (fogachos), insônia, irritabilidade, parestesias (dormências), palpitações e alterações do desejo sexual. As alterações hormonais dessa fase também resultam em maior incidência de doença coronariana, aumento no risco de osteoporose bem como de obesidade.
Para a menopausa, a especialista destaca que algumas orientações dietéticas devem ser seguidas objetivando níveis adequados de vitaminas e minerais: ingerir alimentos que ajudem a saúde óssea como kefir (bebida fermentada), peixes, que são ricos também em ômega 3; brócolis e leguminosas (feijão, ervilha , grão de bico). Para níveis adequados de ferro, ela recomenda consumo de carnes, vegetais verdes folhosos e nozes, lembrando que as mulheres que optem pelo estilo de vida vegano conseguem, com orientação adequada, fazer as substituições necessárias. Mariana diz que frutas secas, folhas e fibras em geral não podem ficar fora do cardápio, pois auxiliam na saciedade, controle dos índices glicêmicos e o funcionamento adequado do intestino. “Beba bastante água: muitas vezes a hidratação é negligenciada quando deveria ser uma das primeiras preocupações na rotina diária. Principalmente por estarmos em uma cidade com o clima mais seco e quente”, aconselha.

Mariana Argente garante que a reeducação alimentar aliada a exercícios físicos protege a mulher contra doença coronariana no período conhecido por climatério Foto: Divulgação
Os Melhores Alimentos
– Peixes: as mulheres devem assegurar níveis adequados de vitamina D consumindo alimentos ricos na vitamina D, realizando a exposição solar diária de forma segura, ou mesmo suplementação quando necessária. Alimentos ricos em vitamina D incluem peixes gordurosos e alimentos fortificados. Hoje a vitamina D é considerada um hormônio, pois além da importância na saúde óssea traz benefícios cardiovasculares, musculares, controle da imunidade, da glicemia e até mesmo de sintomas depressivos.
– Proteínas: As vitaminas do complexo B fornecem energia e ajudam no controle hormonal. Fontes: cereais, aspargos, ovos e carnes.
– Linhaça: além de ser rica em fibras contém alguns compostos semelhantes ao estrogênio que podem auxiliar no controle hormonal.
– Amêndoas, nozes, castanhas: são uma fonte de gordura saudável. Também são ricas em magnésio, selênio, vitamina E, e riboflavina, que é essencial para a integridade vascular.
– Ovos: rico em vitaminas e proteínas auxilia na manutenção de massa magra, traz saciedade. É um grande aliado da saúde. Devendo ter cuidado na forma de preparação, preferindo cozidos ou mexidos sem óleo.
– Frutas: ricas antioxidantes, vitamina C, água e fibras. Nessa fase o consumo de frutas como morangos, amora, blueberries traz benefícios adicionais para a saúde cardíaca e hormonal.
– Brócolis: uma fonte de cálcio, muitas vezes esquecida. Rico em fibras, ferro, potássio, vitaminas A e C e pobre em calorias.
DICA: De uma forma geral prefira alimentos naturais. Não faça uso de alimentos processados ou ultraprocessados que podem piorar os sintomas nessa fase. Ao invés disso, invista em fibras, água, proteínas, atividade física regular, controle do estresse e demais fatores de risco. Sempre procure acompanhamento médico para uma atenção individualizada, exame físico completo e controle laboratorial, pois cada pessoa responde de uma forma a determinado tipo de alimento e tratamento.
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