Ventilador e ar-condicionado podem sobrecarregar a rede e são principais causadores de acidentes
A utilização de Ts, benjamins e extensões para a conexão simultânea de vários aparelhos é algo comum em muitos lares brasileiros. No entanto, essa prática é perigosa, já que pode provocar sobrecarga de energia e curtos-circuitos em redes não preparadas para suportar a carga elétrica demandada, causando incêndios e até acidentes fatais.
Segundo dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), em 2018, foram contabilizados 536 incêndios causados por curtos-circuitos, com um resultado de 62 mortes. Esse número aumentou 20% em relação a 2017. Ainda segundo a Abracopel, ventilador e ar condicionado foram os principais vilões da história, sendo responsáveis por 199 do total de acidentes.
O engenheiro de segurança do trabalho da Cemig, Demetrio Aguiar, alerta que as gambiarras nas instalações elétricas são totalmente desaconselháveis e perigosas. O ideal, segundo ele, é que aparelhos com maior potência, como ar-condicionado, chuveiro elétrico e micro-ondas tenham circuito próprio, para evitar acidentes.
“É importante também que toda as casas tenham um projeto elétrico, o que facilita a manutenção e até a avaliação para o acréscimo de novas cargas, e que qualquer serviço elétrico seja feito por profissionais qualificados, para que não haja esse tipo de problema”, complementa.
De acordo com Demetrio Aguiar, é muito importante a utilização do dispositivo DR, cuja função é detectar fugas de corrente elétrica em circuitos defeituosos. Caso isso seja detectado, o sistema é desligado imediatamente e evita que o usuário sofra choque elétrico. “Trata-se de um dispositivo de uso obrigatório desde 1997, conforme a NBR 5410, em circuitos que atendam cargas sujeitas à umidade, como banheiros, garagens, áreas de serviço, cozinhas e varandas”, comenta.
O especialista ainda ressalta que, ao adquirir equipamentos com maior consumo, a pessoa precisa ficar atenta à carga elétrica deles e, se necessário, pedir à Cemig a alteração de carga da residência. “Com esses cuidados, o cliente pode utilizar os equipamentos ao mesmo tempo sem perigo de incêndio”, completa.
Outros cuidados
A utilização de equipamentos elétricos e eletrônicos no banheiro também requer bastante cautela. “A água é uma grande condutora de energia elétrica. Dessa forma, após sair do chuveiro, as pessoas devem evitar utilizar secadores, barbeadores elétricos e chapinhas. Esses equipamentos só devem ser utilizados quando a pessoa estiver totalmente seca”, destaca Demetrio.
Outro artefato que pode ajudar bastante em casa é o protetor de tomada, principalmente em famílias com crianças pequenas e animais de estimação. Esses dispositivos são encontrados facilmente em lojas especializadas a preços muito acessíveis.
Demetrio Aguiar também faz recomendações em relação aos dispositivos móveis. O engenheiro destaca que o carregamento de tais aparelhos deve ser feito sobre uma superfície lisa e bem ventilada, livre de materiais combustíveis como tecidos de toalhas de mesa, colchas de camas e forros de sofás, dentre outros.
“Em caso de princípio de incêndio, os materiais queimarão com facilidade e propagarão as chamas a outros cômodos da casa ou do apartamento”, alerta.
Caso haja a necessidade de se ligar vários equipamentos em uma mesma tomada, o ideal é a utilização de um filtro de linha que, em caso de sobrecarga de energia, irá se desligar automaticamente. Mas vale destacar que os filtros de linha podem ser utilizados desde que seu dispositivo interno de proteção esteja operante e não tenha sofrido alterações.
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