A partir dos 60 anos, o organismo humano é composto por 50% de água, o que faz com que idosos não sintam tanta sede
A água é um elemento essencial para a sobrevivência do organismo humano. Podemos ficar semanas sem ingerir alimentos, mas passar de três a cinco dias sem ingerir líquidos pode ser fatal. Ela é o principal componente das nossas células e todas as reações químicas internas, como a digestão, absorção e excreção dependem dela. A água é responsável por transportar alimentos, oxigênio e sais minerais, além de ajudar a regular a temperatura do corpo, faz o intestino funcionar e está presente nas articulações, nos sistemas respiratório, digestório, cardiovascular e nervoso, na urina e na pele.
O corpo de um recém-nascido é composto por 90% de água. Na adolescência, esse índice cai para 70% e, na fase adulta, para 60%. Ao chegar à terceira idade, que começa aos 60 anos, o corpo humano tem pouco mais de 50% de água. “Isso faz parte do processo de envelhecimento. É natural que os idosos tenham menor reserva hídrica. Porém, é preciso estar atento porque essa diminuição de água no corpo propicia a desidratação”, esclarece Fabio Campos Leonel, professor da pós-graduação em geriatria da Faculdade Ipemed.
Para manter a hidratação e proteção do corpo, especialistas recomendam ingerir cerca de 2,5 litros de água diariamente. Porém, a necessidade de água pode variar de acordo com os alimentos ingeridos, condição de temperatura e umidade, durante exercícios físicos e de acordo com a faixa etária.
Segundo Fábio Campos, idosos não sentem tanta sede quanto um adulto ou uma criança, o que faz com que eles se desidratem mais facilmente. “Por isso, é de extrema importância que os cuidadores ou responsáveis fiquem de olho nos idosos, para saber se estão ingerindo água ao longo do dia, pois eles percebem menos a falta do líquido em seu corpo”, explica o especialista.
O médico ainda ressalta a vulnerabilidade que as pessoas mais velhas têm durante os dias quentes de verão. Nessas situações, perde-se mais água pela respiração e pelo suor. “Se não houver reposição adequada, a desidratação é certa. Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo”, pontua Fabio.
Consequências
A desidratação pode afetar a atenção, a concentração, o tempo de reação, o aprendizado, a memória, o humor e o raciocínio, além de causar dores de cabeça, fadiga e ansiedade. Os adultos mais velhos, principalmente os da terceira idade, estão entre os grupos de maior risco de falta de hidratação. “Além dessas manifestações típicas, relacionadas à desidratação, os idosos também podem sofrer com pele e mucosa ressecadas e também infecções urinárias”, afirma Fabio.
Outro problema que está ligado diretamente à desidratação dos idosos é que muitos deles reduzem o volume de água que consomem para limitar as idas ao banheiro. “Como há um grande risco de quedas no meio da noite, muitos nem bebem água para evitar tombos ao se levantar para ir ao banheiro”, ressalta o professor.
Quando os idosos são dependentes, o papel dos cuidadores e dos profissionais de saúde é extremamente importante. É preciso controlar a quantidade de água ingerida tanto quanto o melhor horário ao longo do dia. Os idosos devem ser informados de que devem beber regularmente, em vez de beber uma grande quantidade de uma só vez, porque a distensão gástrica rapidamente diminui a sensação de sede.
“Para manter o corpo devidamente hidratado, o recomendável é ingerir a água pura. Mas como o paladar dos idosos costuma ser um pouco mais difícil, oferecer chás, água de coco e água com frutas para mudar o sabor também pode servir de opções na hora de ingerir líquidos diariamente. No caso dos idosos, os sucos de frutas não são recomendados, devido ao alto teor de açúcar”, orienta o professor da Ipemed.
Fique atento!
Confira algumas dicas para evitar que o idoso fique desidratado:
» Para manter o controle da ingestão diária de água para os idosos ao longo do dia, uma boa dica é deixar garrafinhas separadas para eles. Dessa forma, podemos acompanhar o quanto de água eles estão bebendo;
» Ofereça doses pequenas de água ao longo do dia. Os idosos perdem um pouco da capacidade de ingerir tanta água quanto os adultos;
» Observe a rotina de idas ao banheiro. As pessoas mais velhas podem não demonstrar tanto sintomas de hidratação, como sudorese e sede. O volume de urina é um indicativo de extrema importância no quesito hidratação;
» A pele do idoso, assim como a mucosa, podem apresentar ressecamento no caso de desidratação, mesmo sem ele sentir sede;
» O horário ideal para ingerir água é ao longo do dia, no máximo até as 18h. Isso mantém o idoso hidratado, e evita o risco de ele se levantar no meio da noite para ir ao banheiro.
» Ofereça chás, água de coco, água saborizada para estimular a ingestão de líquidos, principalmente nos dias mais quentes. O paladar dos idosos costuma ficar mais exigente. Outras bebidas que não prejudiquem sua saúde podem fazer a diferença na hora de ingerir algo.
* Estagiária sob a supervisão da subeditora Elizabeth Colares
Fonte: www.em.com.br
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